Como a brisa da alvorada
Anuncia uma esperança fria,
Assim a lua abandonada
Deixa viver um novo dia…
E o farol que já foi barco,
Já não navega e agora, só,
Fica estático, parado,
Contempla o mar, mas olha só!
Como à noite sucede o dia,
E se escondem os astros escuros;
Como o vento abraça as rochas,
Também o amor despreza o mundo!
E a árvore que já foi ave,
Já não voa e agora, só,
Fica estática, parada,
Olha o mundo… mas olha só!
Dina Araújo (1999)