Há uns vinte anos atrás terei feito um desenho ou uma composição com este tema... Tantos terão sido os anos que passaram desde que visitei pela última vez este local de Lisboa que já conta com 125 anos de história.
Foi numa tarde bonita desta Primavera recém chegada, sozinha e com vontade de disfrutar as últimas horas da minha folga.
Entrei para tomar um café nos bares da entrada e dei por mim a dirigir-me às bilheteiras para perguntar o preço do bilhete. Apesar da exorbitância, (16€), comprei a entrada e durante cerca de duas horas explorei aquele local que recordava de uma forma completamente diferente.
Confesso que ver animais enjaulados é uma coisa que me deprime um bocado, e nesse aspecto tive uma agradável surpresa. Alguns animais que me lembro de ver atrás de grades encontram-se actualmente em locais, que embora não nos façam esquecer a sensação de cativeiro, pelo menos dão a aparência de oferecer condições mais dignas.
Andei no comboio, no teleférico, visitei o jardim de ponta a ponta, e não pude evitar um constante sorriso nos lábios. É um excelente refúgio dentro da cidade, tão próximo da selva que é por vezes o meu (nosso) dia-a-dia e oferece-nos a oportunidade de admirar algumas maravilhas da natureza... É uma metáfora óptima da vida nas nossas organizações (quer de trabalho, quer das relações pessoais)... nestas, estar no final da "cadeia alimentar", significa também uma constante "luta pela sobrevivência"!
E algumas das "bestas" mais feias, das feras mais ferozes e dos repteis mais escorregadios, pareceram-me mil vezes mais inofensivos que alguns do habitat em que me movo...
Saí de lá bem-disposta e feliz e com maior capacidade (ou pelo menos com maior vontade) de lidar positivamente com as inevitáveis desilusões e frustrações com que a vida por vezes nos brinda para nos pôr à prova!