19.3.09

A rapariga que roubava livros!

Uma história ternurenta como só... a Morte pode contar! E é mesmo a morte a narradora desta história e uma das personagens principais desta época em que a narrativa se desenrola: anos 30/40 na Alemanha de Hitler!

A construção de uma nação de "puro sangue alemão", o terror de se ser judeu, cigano, negro, comunista ou ter qualquer outro rótulo desviante dos ideais nazis; a miséria dos pobres, e a "pobreza" dos ricos; a fome; a crise económica; os bombardeamentos; amigos, filhos, irmãos, pais que partem e não voltam; uma guerra por ideais que ninguém se atreve a contestar alto: uns porque o fanatismo os consome, outros porque a sobrevivência assim o obriga!

E no meio de todo este cenário: uma rapariga que rouba o seu primeiro livro - o Manual do Coveiro- no funeral do irmão, cuja morte deste e a perda da mãe, a assombra em pesadelos durante largos anos. Mas também uma mãe adoptiva severa que a amou sem nunca lho dizer; um pai adoptivo, pintor de profissão, que a ajudou a vencer os pesadelos, que a ensinou a ler os livros que esta roubava e que tocava um acordeão que tinha uma história para contar...
E ainda Rudy, o vizinho, amigo e amor nunca concretizado, a criança da casa ao lado, companheiro de roubos, de brincadeiras, de provações e dificuldades, e cujo seu herói era Jesse Owens um atleta negro vencedor de 4 medalhas nos jogos olímpicos na Alemanha de Hitler.
E um pugilista judeu que viveu na cave da Rapariga que roubava livros e que escreveu um livro para lhe oferecer sobre as páginas de Mein Kampf recicladas com tinta branca...

Ri, comovi-me, chorei... Só vos posso dizer que o coloco na prateleira dos obrigatórios!

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