1.7.09

O (meu) caminho de Santiago IV - De Sarria a Portomarin

Saí de Sarria ao mesmo tempo que o sol nascia... Quando comecei a caminhar surpreendeu-me a quantidade de pessoas que já se encontravam a caminho. Além disso, as ditas setas amarelas estavam por todo o lado. Foi quando comecei a descontrair em relação ao facto de me poder perder... no percurso que escolhera era praticamente impossível!



À saída de Sarria, pouco depois de um pequeno trajecto em asfalto, o caminho entra pelo bosque, e vai serpenteando por aldeias perdidas na galiza profunda, com uma outra subida mais acentuada! O cenário era idílico e a sensação de caminhar por ali indiscritível... uma mistura de liberdade, felicidade e fascínio!








Durante todo o percurso encontra-se imensa gente... conversei com várias pessoas ao longo do caminho, mas caminhei grande parte sozinha... porque realmente me dava prazer! E porque rapidamente descobri que ali - como em tantas outras ocasiões na vida - temos que respeitar o nosso próprio ritmo! É tão doloroso, fisicamente, tentar acompanhar uma pessoa que vai mais depressa, como tentar acompanhar uma pessoa que anda muito mais devagar que nós!
Mesmo quando as ditas setas amarelas não se viam em lado nenhum, numa encruzilhada, havia sempre algo a indicar o caminho certo!

Não cheguei a perceber porquê, mas encontra-se imensas botas/ ténis que os peregrinos vão deixando ao longo do caminho... imensas mesmo! Uma irlandesa com quem caminhei na parte final deste dia, mostrou-me uma série de fotos que tinha tirado...

A chegada a Portomarin é uma looongaaa descida...



...que termina com esta escadaria para entrar na vila... (embora haja uma alternativa que implica andar mais!!... ao final de 24km apetecia-me mesmo o caminho mais curto... além disso quase toda a gente que ia à minha frente estava a subir por ali!!)

À entrada do albergue uma fila enorme para entrar. Enquanto esperava dois espanhois que estavam à minha frente metem conversa. Trocámos as habituais impressões e, enquanto esperávamos para entrar no albergue, combinamos beber uma cerveja na esplanada em frente depois dos banhos.
Um pormenor engraçado à entrada dos quartos no albergue...


Da esplanada partimos para um almoço tardio (deviam ser 4 ou 5 da tarde)... no restaurante juntam-se duas peregrinas que vinham caminhando juntas desde Roncesvalles...




Trocam-se histórias de vida, trocam-se opiniões, trocam-se parvoíces e disfruta-se do momento... A grande lição do dia de hoje é: nunca estamos sozinhos!


2 comentários:

Galvão disse...

Ola Dina,
Mais uma vez obrigado pelos comentários no meu blog, não sou muito de fazer comentários, mas acompanho o teu blog diariamente e principalmente agora com "O teu Caminho de Santiago" que está a ser muito bom de acompanhar.

Obrigado e continua com os posts de qualidade.

Galvão

ESTILOS RUSTICOS disse...

Interesante!!!