16.7.07

Separação


Ultimamente tenho pensado nas pessoas de quem me despedi, dos lugares de onde parti, das coisas a que voltei costas, e no quanto esses momentos foram decisórios!

A vida é engraçada: quando parece que nos está a tirar, está a dar-nos espaço para guardarmos mais!
E porque há sempre alguém que já disse aquilo que sentimos:



De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.




"Soneto de separação" de Vinicius de Moraes


Foto de Helder Araújo

6 comentários:

Mr. MyShadow disse...

Hmmm... café this week???

André disse...

Esse Helder Araujo deve ser um grande artista =) Grande foto!!

Gonçalo Avelar disse...

Concordo com o Michael,lol...

Dina disse...

Ouçam lá! Terei todo o prazer em tomarmos um café esta semana! Mas estes períodos de reflexão não são necessariamente deprimentes!... :)Ok, concordo que para que lê o tema em si é um bocado deprimente! Mas ninguém disse que este blog ia primar pelo interesse! lol

Anônimo disse...

concordo, a reflexao pode e deve ser para nos fazer melhor :)

Kokas disse...

Epah, hoje era mesmo isso que me apetecia ler. Ou não, ou não eheheh

:) De repente!